domingo, 27 de abril de 2014

Chá na Europa?! Sim, só em São Miguel!

A qualquer altura do dia é extremamente agradável saborear uma boa chávena de chá, inclusive quando se trata de um tipicamente português. Estava a escrever este artigo acompanhado com uma chávena do famoso Chá Preto Orange Pekoe, proveniente da fábrica mais antiga de chá da Europa, Gorreana, situada num Éden totalmente português, numa das ilhas mais requisitadas do Açores, São Miguel.


Se hoje o chá é produzido e bebido nos pontos mais remotos do globo, deve-o, em parte, aos portugueses, que foram os primeiros europeus a difundir a bebida mais cobiçada da China. Hoje, as únicas plantações de chá para fins industriais de toda a Europa estão na ilha de São Miguel.
O chá, Camellia sinensis (L.), apareceu nesta ilha implantada no Atlântico, no século XIX, para fazer face à crise da laranja. Num exercício de previdência, pouco habitual na história portuguesa, começou-se a perceber-se que o fim do ciclo da laranja estava perto ainda antes de as vendas começarem a cair, e estudaram alternativas. Vários cultos e viajados, ao contrário das gerações anteriores, e inspirados pelo espírito iluminista da época – gentlemen farmers , criam em 1843 a Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense (SPAM)  que seria responsável pela aclimatação de novas espécies na ilha, entre elas o chá (vindo do Brasil).


Tínhamos a planta, mas não sabia-mos o que fazer com ela, então foram contratados dois técnicos chineses originários de Macau para virem a São Miguel ensinar técnicas de preparação das folhas e fabrico do chá.
                                                                                             
Já estão entre nós os Chinos que vêm para a preparação do chá. Chegaram no navio Luso e desembarcaram à europeia, trazendo os seus carrapichos envoltos na cabeça. São ainda novos, mas já têm filhinhos chineses. Quinta-feira foram até à Ribeira Grande examinar um plantio de chá, da qual trouxeram pequena porção a fim de se proceder às experiências, que deram ótimos resultados (…)”
Jornal Açoriano Oriental

Com o passar do tempo, este saber ancestral passou de geração em geração e criaram-se novas fábricas de chá na ilha. A única, porém, que haveria de sobreviver ininterruptamente desde 1883 é a do Chá Gorreana, com 32 hectares de plantação e 38 toneladas de matéria que produz em média por ano, colocando no mercado o chá verde Hysson e as marcas de chá preto Orange Pekoe, Pekoe e Broken Leaf, apetecidos em várias partes do mundo, inclusive França e Alemanha.
Considerado um ponto de interesse turístico, aqui, nesta fábrica, os visitantes têm a hipótese de percorrer as diversas secções de transformação das folhas e saboreá-lo numa sala com vista panorâmica. Uma prova obtida por meio de técnicas tradicionais que, todavia, têm os dias contados infelizmente.
Em resumo, o chá, um diamante em pleno Atlântico, brota dumas das mais magníficas ilhas portuguesas e como dizem os micaelenses, “a chaleira está sempre ao lado do lume” e o chá bebe-se de manhã e para acompanhar as refeições. “é chá a todas as horas”.

Acabou o meu chá e este artigo. Espero que tenham apreciado esta viagem de cheiros e sabores envolto no chá de São Miguel, uma ilha totalmente e inconfundivelmente portuguesa.

Autoria: Jorge Faria



sábado, 26 de abril de 2014

Dando sabor a Portugal



Depois de um tempo sem artigos, aqui estamos de volta, agora com dois artigos semanais para promover o melhor de Portugal. Na sua riqueza histórica, cultural e natural Portugal é um país de elevada beleza por excelência. A ponta da europa, com suas peculiaridades e tradições não perde nada para seus vizinhos e demostra aos poucos seu intrincado valor. Portugal é uma pedra preciosa em bruto que necessita ser lapidada com todo o cuidado para que seu potencial possa ser visível.
Portugal é um país com uma alimentação mediterrânica de elevada qualidade, sendo uma das melhores alimentações do mundo, com um leque de escolhas bastante diverso e saudável. Diversos são os produtos alimentares que são marca da gastronomia portuguesa no estrangeiro. Alguns destes produtos já foram aqui apresentados, e muitos outros ainda serão abordados. Não tão ligado às raízes gastronómicas portuguesas, mas mostrando-se como um produto de elevada qualidade temos os Chocolates da Arcádia. Arcádia é uma fábrica de confeitaria artesanal que utiliza produtos naturais selecionados para produzir deliciosos bombons e línguas de gato, entre outros produtos.
A Arcádia adoça a boca dos portugueses desde 1933 onde se apresentou como uma importante referência da confeitaria na cidade do Porto. Propriedade da família Bastos desde 1933 esta fábrica tem vindo a produzir especialidades de chocolates, desde as línguas de gato aos chocolates com vinho do Porto. Diversas são as especialidades da Arcádia que aposta na qualidade e na apresentação de novos produtos. Os seus famosos sortidos são uma amostra da variedade destes chocolates portugueses. Um regalo para o paladar devido ao seu chocolate cremoso que derrete lentamente na boca. Provar Arcádia é provar o prazer em forma de bombom.
Além das especialidades de chocolate a Arcádia têm ainda para oferecer as drageias Bonjour. Estas são pequenas drageias artesanais que demoram 2 meses a serem produzidas. Este tempo encontra-se relacionado com todo o trabalho de minúcia que envolve a produção das mesmas, permitindo assim a produção de belas drageias ornamentadas. São necessários anos para alcançar o método de produção com perícia para chegar às formas pretendidas, um papel atribuído às funcionárias com mais anos de casa. No final, há drageias em forma de leitões, bebés, cenouras, ervilhas, morangos, cerejas, etc. A preparação é toda controlada para que exista uma produção contínua principalmente na altura da Páscoa onde a procura é mais acentuada.
O atendimento nas lojas Arcádia espalhadas por todo o país é de elevada qualidade e permite ao consumidor conhecer e experimentar os produtos de forma a realizar a compra mais acertada. Os chocolates da Arcádia apresentam uma qualidade equiparável as grandes marcas de chocolate Belga e Suíça. Este é um exemplo que nos adoça a vida e demostra a capacidade dos produtos Portugueses.

Espero que tenham gostado desta proposta doce que vos apresento hoje. Convido a juntarem-se a nós e a divulgarem o melhor que se faz em Portugal. 

Autoria: Hector Nunes