Olá a todos, depois de um tempo em falta, estamos de
volta com mais um artigo. Desta vez iremos abordar uma marca de lápis
portuguesa.
Desde o início da evolução do homem existiu uma
necessidade do mesmo deixar ilustrado os acontecimentos do quotidiano ou alguns
acontecimentos importantes. Os primeiros registos de pinturas rupestres foram
efetuados com sangue de animais e lama e ilustravam a atividade da caça e da
pesca. À medida que a evolução ia decorrendo o homem foi melhorando as formas
de fazer registos, criando assim a escrita e a pintura. Estas duas formas de
registo permitiam deixar informações para a posteridade para que o conhecimento
não se viesse a perder.
Os primeiros lápis da história começaram por ser varas
queimadas utilizados pelos homens primitivos para fazerem suas pinturas. Na sociedade egípcia, as
"varas" de rabiscar evoluíram para pequenos pincéis capazes de
produzir linhas finas e escuras nas superfícies.
Há cerca de 1500 anos atrás,
os gregos e os romanos perceberam que estiletes metálicos serviam bem, ou mesmo
melhor, ao propósito de registrar dados em superfícies. O
verdadeiro antepassado do lápis talvez seja o seu equivalente romano, o stylus, que
consistia num pedaço de metal fino, normalmente chumbo, revestido com alguma
proteção (usualmente madeira) para evitar que os dedos se sujassem. Os
primeiros lápis livres de chumbo datam do século XVI, sendo que nesse século
foi descoberta, perto de Borrowdale, Cumbria, Inglaterra, uma
grande jazida de grafite. Os habitantes
locais descobriram rapidamente que este material era muito útil para marcar as ovelhas e, atando-se a grafite a
varas de madeira, rapidamente surgiram os lápis rústicos, já livres de chumbo e
parecidos aos que conhecemos hoje. A primeira produção de lápis em massa é atribuída
a Friedrich Staedtler em
1622, em Nuremberg, na Alemanha, sendo que o lápis é a ferramenta mais
utilizada pelo homem desde as primeiras civilizações até os dias atuais, mesmo
em países com baixos níveis educacionais.
A origem do fabrico de lápis em Portugal
remonta ao ano de 1907 quando o Conselheiro Figueiredo Faria juntamente com o
seu sócio o Engenheiro Francês Jules Cacheux decidem construir em Vila do Conde
uma unidade industrial de fabrico de lápis designada por “Faria, Cacheux &
Cª” também conhecida como Portugália. A Portugália foi a pioneira no
desenvolvimento e produção de artigos de escrita no país mas tudo indica que a
sua atividade foi gravemente afetada com a entrada de Portugal na Primeira
Guerra Mundial e principalmente pela Grande Depressão de 1929/31. Em 1931
quando Manoel Vieira Araújo, industrial experiente, decide diversificar o ramo
de atividade da Vieira Araújo & Cª, Lda, adquire a Fábrica Portuguesa de
Lápis. No ano de 1936 regista a marca que acompanharia gerações de portugueses
até aos dias de hoje - Viarco. Diversa pesquisa e desenvolvimento foi feito de
forma a que a produção fosse de qualidade e que estivesse adequada à
necessidade do mercado, levando assim à produção de lápis de cera e de lápis
técnicos utilizados nas mais diversas profissões. Atualmente, a Viarco
pretende recuperar o edifício que alberga um grande espólio de arqueologia
industrial para construir o Museu do Lápis e diversos ateliers para jovens artistas em início de carreira. A preocupação
social e de educação é uma das bases da Viarco e tem levado a elaboração de
algumas parcerias. A Viarco continua a ser a única fábrica
de Lápis em Portugal e provavelmente uma das mais versáteis a nível Mundial. A Viarco
tem levado o nome de Portugal ao Mundo, expondo seus produtos nas mais diversas
feiras do ramo, como a Feira de Milão, e recebendo sempre um grande apoio e
incentivo por parte dos consumidores exteriores.
Mas uma demostração de como um produto
nacional pode ser referência e como uma pequena indústria, quando comparado com
os grandes produtores de lápis a nível mundial, pode marcar pela diferença e
qualidade. ´
Autoria: Hector Nunes
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