quarta-feira, 5 de março de 2014

O lápis


Olá a todos, depois de um tempo em falta, estamos de volta com mais um artigo. Desta vez iremos abordar uma marca de lápis portuguesa.

Desde o início da evolução do homem existiu uma necessidade do mesmo deixar ilustrado os acontecimentos do quotidiano ou alguns acontecimentos importantes. Os primeiros registos de pinturas rupestres foram efetuados com sangue de animais e lama e ilustravam a atividade da caça e da pesca. À medida que a evolução ia decorrendo o homem foi melhorando as formas de fazer registos, criando assim a escrita e a pintura. Estas duas formas de registo permitiam deixar informações para a posteridade para que o conhecimento não se viesse a perder.

Os primeiros lápis da história começaram por ser varas queimadas utilizados pelos homens primitivos para fazerem suas pinturas. Na sociedade egípcia, as "varas" de rabiscar evoluíram para pequenos pincéis capazes de produzir linhas finas e escuras nas superfícies. Há cerca de 1500 anos atrás, os gregos e os romanos perceberam que estiletes metálicos serviam bem, ou mesmo melhor, ao propósito de registrar dados em superfícies. O verdadeiro antepassado do lápis talvez seja o seu equivalente romano, o stylus, que consistia num pedaço de metal fino, normalmente chumbo, revestido com alguma proteção (usualmente madeira) para evitar que os dedos se sujassem. Os primeiros lápis livres de chumbo datam do século XVI, sendo que nesse século foi descoberta, perto de BorrowdaleCumbriaInglaterra, uma grande jazida de grafite. Os habitantes locais descobriram rapidamente que este material era muito útil para marcar as ovelhas e, atando-se a grafite a varas de madeira, rapidamente surgiram os lápis rústicos, já livres de chumbo e parecidos aos que conhecemos hoje. A primeira produção de lápis em massa é atribuída a Friedrich Staedtler em 1622, em Nuremberg, na Alemanha, sendo que o lápis é a ferramenta mais utilizada pelo homem desde as primeiras civilizações até os dias atuais, mesmo em países com baixos níveis educacionais.
A origem do fabrico de lápis em Portugal remonta ao ano de 1907 quando o Conselheiro Figueiredo Faria juntamente com o seu sócio o Engenheiro Francês Jules Cacheux decidem construir em Vila do Conde uma unidade industrial de fabrico de lápis designada por “Faria, Cacheux & Cª” também conhecida como Portugália. A Portugália foi a pioneira no desenvolvimento e produção de artigos de escrita no país mas tudo indica que a sua atividade foi gravemente afetada com a entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial e principalmente pela Grande Depressão de 1929/31. Em 1931 quando Manoel Vieira Araújo, industrial experiente, decide diversificar o ramo de atividade da Vieira Araújo & Cª, Lda, adquire a Fábrica Portuguesa de Lápis. No ano de 1936 regista a marca que acompanharia gerações de portugueses até aos dias de hoje - Viarco. Diversa pesquisa e desenvolvimento foi feito de forma a que a produção fosse de qualidade e que estivesse adequada à necessidade do mercado, levando assim à produção de lápis de cera e de lápis técnicos utilizados nas mais diversas profissões. Atualmente, a Viarco pretende recuperar o edifício que alberga um grande espólio de arqueologia industrial para construir o Museu do Lápis e diversos ateliers para jovens artistas em início de carreira. A preocupação social e de educação é uma das bases da Viarco e tem levado a elaboração de algumas parcerias. A Viarco continua a ser a única fábrica de Lápis em Portugal e provavelmente uma das mais versáteis a nível Mundial. A Viarco tem levado o nome de Portugal ao Mundo, expondo seus produtos nas mais diversas feiras do ramo, como a Feira de Milão, e recebendo sempre um grande apoio e incentivo por parte dos consumidores exteriores.


Mas uma demostração de como um produto nacional pode ser referência e como uma pequena indústria, quando comparado com os grandes produtores de lápis a nível mundial, pode marcar pela diferença e qualidade. ´

Autoria: Hector Nunes


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