terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Portugal em perspetiva de continuidade e de abandono

      



      Muitos são os que acham que o que é bom vem do estrangeiro, que a tecnologia e inovação só vêm das grandes potências industriais. Poucos são aqueles que se questionam de onde vêm os produtos que utilizam no seu dia-a-dia e muitos os que acham que tudo vem da China. A realidade do made in China preencheu a noção de produção da população mundial. A realidade da produção desenfreada e a preços impraticáveis existe e chegou ao nosso país para ficar. Estes produtos a baixo custo prejudicaram, em muito, vários sectores da indústria portuguesa.

      As universidades portuguesas, que se localizam de norte a sul, são responsáveis por dar formação de qualidade nas mais diversas áreas. O conhecimento científico nas várias vertentes das ciências e engenharias foram um grande investimento a nível nacional. Laboratórios de renome e grupos de investigação de alto desempenho são reconhecidos a nível internacional todos os meses. Diversas são as pesquisas em que Portugal está na linha da frente, á procura de inovadoras soluções.

      Mas até que ponto se aproveita esse investimento? Até que ponto nós jovens conseguimos contribuir com o nosso conhecimento para ajudar o país? Até que ponto teremos de sair de Portugal para conseguirmos ter qualidade de vida? Porquê que a única solução existente de momento, e preconizada pelos nossos governantes, é emigrar? Porquê que depois de tanto investimento e de começarmos a recolher os frutos, atira-se tudo borda fora e retira-se os apoios?

      Estas são as questões que pairam na cabeça de estudantes, docentes e investigadores universitários neste momento. Poucas semanas depois dos cortes no número de Bolseiros e na redução de investimento na investigação, nada é mais pertinente que estas questões. Enquanto tenta-se inebriar a população com o caso das praxes académicas, não tirando qualquer crédito ao caso do Meco, o governo faz cortes cegos e sem grande noção numa das raízes que pode manter viva a árvore que é Portugal. Em geral este estado de descrença perante o estado e perante este tipo de medidas provoca uma onda de desmotivação e de raiva que leva a que os jovens abandonem o seu país á procura de mais justiça e de melhores condições. Mas será que teremos todos de abandonar Portugal? Vamos mandar fazer um muro á volta de Portugal e encher de água, ou vamos transformar Portugal no lar da 3º idade da Europa, em que só ficam os velhos, tanto Portugueses como os estrangeiros que cá vêm passar a velhice.

      Estas questões são importantes pois colocam todos a pensar qual o real futuro de Portugal. Portugal têm um futuro! Este futuro tem de passar pela utilização do conhecimento, das mas diversas áreas, de forma cruzada para poder criar projetos, como a Science4you. Lembro-me de ver os seus brinquedos nas prateleiras do supermercado e pensar que marca estrangeira é está? Pensar também de como era boa esta ideia de dar a conhecer a ciência as crianças de uma forma tão divertida. Mas para meu engano a Science4you é uma empresa Portuguesa sediada em Lisboa.

      A Science4you é uma empresa de produção, desenvolvimento e comercialização de brinquedos que ligam a ciência às brincadeiras de uma forma divertida. Esta empresa foi criada após um projeto de final de curso de um aluno da Universidade de Lisboa. Este jovem com apenas 22 anos decide lançar-se á aventura, com apoio da Universidade de Lisboa, e utilizando capitais de risco e um investimento pessoal de 11255€ começa uma empresa que em 6 anos já abrange o mercado estrangeiro e tende a aumentar seu alcance. Como podemos ver na website da empresa, a Science4you conta já com 60 colaboradores e duas filiais - uma em Madrid e outra em Londres. Exportam para o Brasil, Angola, Moçambique, Polónia, Grécia, França, entre outros países, sendo que em 2012 atingiu um volume na ordem de 1.400.000,00€. Esta jovem empresa já ganhou inúmeros prémios entre eles o Prémio de Empreendedor do ano 2010 (Comissão Europeia) e mais recentemente em 2013, Prémio Business Internationalization Award by the british government.

      Estes prémios são a demonstração que a persistência e a audácia são algumas das armas para criar, e que os jovens também criam quando motivados e apoiados pelas instituições certas.
      
      Como este exempl0 existem muitos outros, nem todos desanimaram e estão a lutar, sem esperar que o Estado faça alguma coisa, mas a tentar colocar em práticas ideias que possam ser um motor de impulsão. Muitos são os jovens cheios de ideias, que se sentem sozinhos e que precisam de trocar ideias com outros jovens, de outras áreas. Este é um dos objetivos futuros do Portugal Potencial, interligar pessoas e criar novos projetos. Por isso juntem-se a nós e acompanhem o desenvolvimento deste desafio.

Autor: Hector Nunes





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